04 December 2009

De Sol a Sonho

Dia muito especial.
Lançamento do livro De Sol a Sonho, com maravilhosas ilustrações sonhadas pela querida Yara.
As palavras são de Raul Malaquias Marques e dão vontade de ler alto.
Foi hoje(ontem), na livraria Pó dos Livros.

Finalmente com direito a nome na capa ;)

02 August 2009

De mais além


De vez em quando sabe bem poder "desligar"... e essa capacidade que temos de o conseguir fazer, se calhar é mesmo uma defesa, que às vezes, quando é preciso, se instala e nos protege.



Daqui e Dalí

Abriu as portas ao público, por aqui, no dia 26 de Junho, após belíssima obra de reabilitação.

O Palácio do Egipto alberga agora uma galeria de exposições que inaugurou com uma interessantíssima exposição do grande mestre do Surrealismo.
Nunca apreciei particularmente a sua arte, confesso, apesar de a reconhecer como inigualável e de excelência, mas nesta exposição descobri-lhe uma faceta que desconhecia. Um traço quase fantástico, algo mágico, em desenhos que me apeteceu arrancar das paredes e trazer comigo, para os poder observar longamente e perder-me em sonhos.
À socapa, consegui fotografar este:

18 June 2009

Vanno, vengono, ritornano

Le nuvole


Vanno vengono
ogni tanto si fermano

e quando si fermano
sono nere come il corvo
sembra che ti guardano con malocchio

Certe volte sono bianche
e corrono

e prendono la forma dell’airone

o della pecora

o di qualche altra bestia

ma questo lo vedono meglio i bambini

che giocano a corrergli dietro per tanti metri

Certe volte ti avvisano con rumore
prima di arrivare
e la terra si trema
e gli animali si stanno zitti
certe volte ti avvisano con rumore


Vanno
vengono ritornano
e magari si fermano tanti giorni

che non vedi più il sole e le stelle

e ti sembra di non conoscere più

il posto dove stai


Vanno
vengono
per una vera
mille sono finte
e si mettono li tra noi e il cielo

per lasciarci soltanto una voglia di pioggia.



http://www.youtube.com/watch?v=yRXXCBlAE6Y&feature=related

Ouvi uma vez, há quase quinze anos, em Heidelberg, num leitor de cassetes de um amigo italiano, de Pádua, o Bernardo.
Lembrava-me muitas vezes das palavras que dão título a este post e um dia, há uns dois anos, resolvi procurar o poema, que não sabia todo de cor... sabia só algumas palavras soltas. Mas hoje consegui encontrar uma versão falada, que se não é a que ouvi então, aproxima-se bastante.
É uma uma delícia este texto, uma autêntica maravilha a forma como são ditas as palavras... o italiano é, de facto, uma língua muito especial.



Para que conste

Bordou-se o lenço e pendurou-se para que a comunicação social pudesse filmar e fotografar à vontade e divulgar as vontades de lutar pelo MAP.


Mais sobre a tarde à volta do lenço, aqui, e sobre a continuação da luta, aqui.

16 May 2009

Museu de Arte Popular

Numa altura em que, um pouco por toda a parte, vai surgindo uma necessidade e vontade de revitalizar aquilo que é próprio de um povo, em que, talvez devido ao isolamento e à alienação de nós próprios a que muitas vezes nos vota a nossa participação proactiva nos afazeres da aldeia global, é a cada vez maior a tendência para revalorizar a diferença, o original, o "único", pretende-se em Portugal encerrar definitivamente um museu de características únicas no nosso país, para, no seu lugar, fazer nascer, à semelhança daquele que já existe em S. Paulo, no Brasil, um Museu do Mar e da Língua Portuguesa, muito moderno e digital, como é próprio da era.

Mas há quem ponha a língua de fora!

Hoje, em Belém, junto ao Museu de Arte Popular.

A partir das 15:00 horas, voluntários e voluntárias bordarão um Lenço dos Namorados gigante.
Ao cair da noite, esta obra será suspensa na fachada do museu.

Organizadoras:

Catarina Portas, empresária A Vida Portuguesa/ Quiosque de Refresco
Rosa Pomar, designer www.aervilhacorderosa.com
Joana Vasconcelos, Artista Plástica
Raquel Henriques da Silva, Professora de História de Arte, FCSH UNL


Porque o Museu de Arte Popular tem amigos, o seu destino tem estado a ser seguido de perto: http://museuartepopular.blogspot.com

15 January 2009

O Natal...


... já lá vai.
Foi bastante conturbado por estes lados.
Entre outras situações pouco felizes, ainda fiquei sem a semana de férias prevista, porque o meu computador resolveu demitir-se de funções exactamente no dia em que eu tinha conseguido "controlar" o trabalho. Não só as férias na semana seguinte tiveram de ser canceladas, como ainda estou a braços com atrasos, resquícios da situação.
No dia 23 ao fim do dia alguém entrou em nossa casa, enquanto estavamos fora para a festa da escola dos miúdos, e saiu com todo o meu ouro. A sensação foi horrível e parece que quando penso nisso ainda me sinto como que "anestesiada"... tantas memórias, de tanto tempo... all gone! Algumas peças muito bonitas mesmo; quase tudo oferecido pela minha avó. Ficou só uma pulseira, que estava guardada separada, uns brincos especiais do tempo da faculdade e os brincos do casamento, que foram da minha mãe e que não levaram por serem de ouro branco. Ficou também um anel de ouro branco. E o meu irmão encontrou caído do outro lado do muro um anel que eu já nem me lembrava que tinha, mas que fiquei felicíssima por recuperar. A fuga terá sido apressada. Diz a polícia que se trata de uma rede muito bem montada (São de leste, que a vizinha bem os ouviu; até o P. os ouviu, antes de sair de casa!). O ouro sai logo do país.
Enfim... nessa noite não dormimos no nosso quarto, porque estava tudo virado em cima da cama e só no dia seguinte é que veio a equipa das impressões digitais (CSI Oeiras!). Chegaram a meio da manhã e é claro que não encontraram nada... foram usadas luvas.
Só à noite, mesmo antes de ir para a mesa da consoada, é que consegui pegar nas coisas despejadas em cima da cama e colocar tudo numa caixa, para "tratar" depois... era uma angústia pesada... e foi só nessa altura que descobri que não tinham levado os brincos. Coloquei-os logo e não voltei a tirá-los :)
Fiquei um bocadinho menos triste.
Ajudou pensar, e sentir, que somos pessoas de sorte; temos a família connosco, temos amigos e estamos bem. Isso é o fundamental.
E a consoada foi festiva, apesar de tudo, com o Cabrito a substituir o habitual perú, que foi vetado pela maioria. O êxito foi estrondoso.
Para o dia seguinte reservou-se o já tradicional Bacalhau Espiritual e a inovação foi o Rolo de Pato, que também estava excelente.
Menos famosa foi a reportagem fotográfica, mas fica o registo possível.

Mas, ainda, digno de nota maior: estreámos uma toalha de mesa bordada pela minha mãe e que me foin oferecida por ela já há alguns anos. Eu sabia, desde que me lembro, que aquela toalha tinha sido bordada sendo a minha mãe muito nova, mas foi o meu pai que, na noite de Natal, datou e contextualizou mais especificamente esse trabalho de bordadeira: "Essa toalha bordava a tua mãe quando namorávamos" :) (dizia ele a sorrir... quem diria!!)