18 June 2009

Vanno, vengono, ritornano

Le nuvole


Vanno vengono
ogni tanto si fermano

e quando si fermano
sono nere come il corvo
sembra che ti guardano con malocchio

Certe volte sono bianche
e corrono

e prendono la forma dell’airone

o della pecora

o di qualche altra bestia

ma questo lo vedono meglio i bambini

che giocano a corrergli dietro per tanti metri

Certe volte ti avvisano con rumore
prima di arrivare
e la terra si trema
e gli animali si stanno zitti
certe volte ti avvisano con rumore


Vanno
vengono ritornano
e magari si fermano tanti giorni

che non vedi più il sole e le stelle

e ti sembra di non conoscere più

il posto dove stai


Vanno
vengono
per una vera
mille sono finte
e si mettono li tra noi e il cielo

per lasciarci soltanto una voglia di pioggia.



http://www.youtube.com/watch?v=yRXXCBlAE6Y&feature=related

Ouvi uma vez, há quase quinze anos, em Heidelberg, num leitor de cassetes de um amigo italiano, de Pádua, o Bernardo.
Lembrava-me muitas vezes das palavras que dão título a este post e um dia, há uns dois anos, resolvi procurar o poema, que não sabia todo de cor... sabia só algumas palavras soltas. Mas hoje consegui encontrar uma versão falada, que se não é a que ouvi então, aproxima-se bastante.
É uma uma delícia este texto, uma autêntica maravilha a forma como são ditas as palavras... o italiano é, de facto, uma língua muito especial.



Para que conste

Bordou-se o lenço e pendurou-se para que a comunicação social pudesse filmar e fotografar à vontade e divulgar as vontades de lutar pelo MAP.


Mais sobre a tarde à volta do lenço, aqui, e sobre a continuação da luta, aqui.